Wednesday, October 04, 2006

Os dois segredos.

Não sendo a noite úmida e pesada,
Mas triste em sua sem-gracice urbana
E pronta para novelas e revoluções
Deitei-me aos belos pés de minha amada
Na grama dum jardim inexistente
(Inexistido então além dos meus portões)
E ela sussurrou-me dois segredos.

“Veja” disse, tocando-me os dedos
Finos no lábio tenso e regelado
“... E assim, é tudo”, concluiu e me beijou
O pulso internamente, sobre os medos
E fúrias em minhas veias. Seu lado
Esticou-se, e a noite acabou
Em seu bocejo longo, grave e quente.

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